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22/09/2017

[Quotes] Minha Querida Sputnik

 Minha Querida Sputnik conta a história de Sumire, uma jovem de 22 anos que se apaixona pela primeira vez. Uma paixão avassaladora que tem como alvo Miu, uma mulher casada e 17 anos mais velha. Mas, enquanto Miu é uma mulher glamourosa e bem-sucedida negociante de vinhos, Sumire é uma aspirante a escritora que se veste e se comporta como um personagem de Jack Kerouc mas que, em nome do desejo, é obrigada a dar outro rumo a sua trajetória.
Abaixo, alguns quotes do livro:

"(...) as coisas inúteis também não têm um lugar neste mundo longe de ser perfeito? Retire tudo que é fútil de uma vida imperfeita e ela perderá, até mesmo, sua imperfeição."

- Página 8.

"Nenhum homem deve passar pela vida sem experimentar uma vez a saudável, ainda que entediante, solidão no ermo, dependendo exclusivamente de si mesmo e, assim, descobrindo a sua força oculta e verdadeira".
(Sumire citando Kerouac)
- Página 9.

"A partir desse dia, o nome particular de Sumire para Miu foi Querida Sputnik, Sumire adorou o som da expressão. Fazia com que pensasse em Laika, a cadela. O satélite feito pelo homem riscando a negritude do espaço sideral. Os olhos escuros, brilhantes, da cadela olhando fixo pela janela minúscula. Na solidão infinita do espaço, para o que a cadela poderia estar olhando?".

- Página 12.

"Devorar livros era tão natural para nós quanto respirar. Cada momento de folga, nos instalávamos em um canto quieto, virando páginas interminavelmente. Romances japoneses, romances estrangeiros, obras novas, clássicos, obras de vanguarda a best-sellers - contanto que houvesse algo intelectualmente estimulante em um livro, o líamos."
- Página 18.

"Devo estar apaixonada por essa mulher, Sumire percebeu com um susto. Não havia erro. O gelo é frio; as rosas são vermelhas; estou apaixonada. E este amor vai me levar a algum lugar. A corrente é poderosa demais; não tenho escolha. Pode muito bem ser um lugar especial, onde nunca estive antes. O perigo pode estar emboscado lá, algo que talvez acabe me ferindo profundamente, fatalmente. Posso acabar perdendo tudo. Mas não tem volta. Só me resta seguir a corrente. Mesmo que signifique ser consumida, desaparecer para sempre."

- Página 30.

"Então me ocorreu que, apesar de sermos companheiras de viagem maravilhosas, no fundo, não passávamos de duas massas solitárias de metal em suas próprias órbitas separadas. A distância, parecem belas estrelas cadentes, mas, na realidade, não passam de prisões, em que cada uma de nós está trancada, sozinha, indo a lugar nenhum. Quando as órbitas desses dois satélites se cruzam, acidentalmente, podemos estar juntas. Talvez, até mesmo, abrir nossos corações uma à outra. Mas só por um breve momento. No instante seguinte, estaremos na solidão absoluta. Até nos queimarmos completamente e nos tornarmos nada."
- Página 132.

"O entendimento não passa da soma de nossos mal-entendidos".

- Página 148.

"Como eu disse antes, dentro de nós, o que sabemos e o que não sabemos moram na mesma casa. Em nome da conveniência, a maioria das pessoas ergue um muro entre eles. Isso torna a vida mais fácil. Mas eu acabo de derrubar esse muro. Eu tinha de derrubá-lo. Odeio muros. É assim que sou."
- Página 149.

"Nos sonhos, não precisamos fazer distinções entre as coisas. Em absoluto. As fronteiras não existem. Por isso quase nunca há colisões em sonhos. Mesmo quando há, não machucam. A realidade é diferente. A realidade morde.
Realidade, realidade."
- Página 150.

"Cada história tem um tempo para ser contada. Senão, você se torna prisioneira do segredo dentro de você."
- Página 158.

"Cada um de nós tem um quê especial que só podemos usufruir em um momento especial da nossa vida. Como uma pequena chama. Alguns poucos afortunados cuidam dessa chama, alimentam-na, segurando-a como uma tocha para iluminar seu caminho Mas, uma vez apagada, nunca mais se acende."
- Página 194.

"No exterior, nada está diferente. Mas alguma coisa no interior se extinguiu, desapareceu. Sangue foi derramado, e algo dentro de mim se foi. De cabeça baixa, sem uma palavra, esse algo saiu de cena. A porta abre; a porta fecha. As luzes se apagam. Este é o último dia da pessoa que sou agora. O último crepúsculo. Quando amanhecer, a pessoa que sou não estará mais aqui. Outro ocupará este corpo."

- Página 195.

"Porque as pessoas têm de ser tão sós? Qual o sentido disso tudo? Milhões de pessoas neste mundo, todas ansiando, esperando que outros as satisfaçam, e contudo se isolando. Por quê? A terra foi posta aqui só para alimentar a solidão humana?"
- Página 195.

"Fechei os olhos e prestei bastante atenção aos descendentes do Sputnik, mesmo agora circulando ao redor da terra, a gravidade seu único elo com o planeta. Almas solitárias de metal, na escuridão desobstruída do espaço, encontravam-se, passavam umas pelas outras e se separavam, nunca mais se encontrando. Nenhuma palavra entre elas. Nenhuma promessa a cumprir."
- Página 196.

"De modo que é assim que vivemos as nossas vidas. Não importa quão profunda e fatal seja a perda, o quão importante fosse o que nos roubaram - que foi arrebatado de nossas mãos - mesmo que mudemos comletamente, com somente a camada externa da pele igual à de antes, continuamos a representar as nossas vidas dessa maneira, em silêncio. Aproximamo-nos cada vez mais do fim da dimensão do tempo que nos foi estipulado, dando-lhe adeus enquanto vai minguando. Repetindo, quase sempre habilmente, as proezas sem fim do dia-a-dia. Deixando para trás uma sensação de vazio imensurável."
- Página 226.

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