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11/10/2017

[Resenha] O Poço da Ascenção

Título: O Poço da Ascensão (Mistborn: Nascidos da Bruma #2)
Autor: Brandon Sanderson
Editora: LeYa
Páginas: 720
🌟🌟🌟🌟🌟+💓
Sinopse: "A queda do Império Final trouxe a esperança. E despertou mistérios assustadores.
Numa sucessão de golpes de sorte, Elend Venture subiu ao trono de Luthadel, a principal cidade do Império Final. Nos meses que seguiram a queda do Senhor Soberano e a dissolução de seu governo, o novo rei revolucionou as relações entre os skaa – a classe social mais baixa – e os nobres, atraindo a atenção dos diversos governantes das outras partes do grande império. 
Dentro das muralhas de Luthadel, o perigo espreita de todos os lados. Assassinos de aluguel alomânticos ameaçam a vida do rei, a desconfiança generalizada faz a população temer pelos rumos da cidade e desejar o retorno do Senhor Soberano, e um inverno inclemente se aproxima. Elend, Vin e o bando de Kelsier tentam manter o controle a todo custo, mas os piores inimigos ainda estão por vir. 
Fora das muralhas, arma-se um cerco militar gigantesco. À frente dele, Straff Venture, o pai de Elend, um tirano cruel e desesperado pelo poder, busca invadir Luthadel. E ele não está sozinho. 
Reviravoltas e surpresas marcam este segundo volume da trilogia Mistborn - Nascidos da Bruma. O destino de todo o Império Final está envolto nas brumas, e apenas uma força sobrenatural será capaz de desvendar os mistérios que assolam seus habitantes."

RESENHA:
O Império Final caiu. 
O Senhor Soberano está morto. Morreu pelas mãos de Vin.
Kelsier também está morto. Pelas mãos do Senhor Soberano.

Após os acontecimentos de O Império Final, a cidade de Luthadel está agora nas mãos do bando de Kelsier e do jovem Elend Venture, que acaba se tornando seu líder.
Aparentemente, tudo dando certo. Aparentemente.
Nesse livro, vemos o quão difícil é manter uma cidade conquistada. Por isso, o segundo volume de Mistborn é essencialmente político. O início pode ser um pouco arrastado, o ritmo talvez seja mais lento, mas a história não fica comprometida, muito pelo contrário. Tudo que acontece aqui é extremamente importante.

Elend é um bom homem, todos concordam. Mas ficar às voltas com seus livros talvez não seja o melhor método para manter uma cidade como Luthadel. O jovem Venture ainda precisa aprender muito, e isso é a situação ideal para duas coisas importantes na história: o desenvolvimento desse personagem e a introdução da personagem Tindwyl.
Se no primeiro livro, Elend funcionava apenas como o par de romântico de Vin, nesse livro ele dá um salto enorme, se mostra muito mais do que isso. Com todo seu idealismo, Elend tenta criar uma sociedade igualitária, onde todos os cidadãos tenham voz através de uma Assembleia, sem mais divisões entre nobres e skaa. Mas isso é uma utopia. Não pode funcionar tão bem assim.
É aqui que entra Tindwyl, uma Guardadora de Terris. Diferente de Sazed, especialista em religiões, Tindwyl é detentora de conhecimentos sobre grandes líderes e política. Ela vem a Luthadel com o objetivo principal de aconselhar Elend sobre seu governo.
A interação entre os dois é muito boa. É um ponto importante para o crescimento de Elend como personagem, onde ele caminha para um iminente protagonismo.
Tindwyl, por outro lado, vai muito além de uma personagem introduzida apenas em função de Elend. Como Guardadores, ela e Sazed acabam desenvolvendo um relacionamento e uma trama à parte, que, além de ser muito bonito, é também muito importante para a história. Afinal, eles dois tentam desvendar textos antigos e unir todo o conhecimento acerca do Herói das Eras.

E ainda temos Vin, agora sem seu mentor Kelsier, que começa a descobrir sozinha quais são os limites de seus poderes como Nascida da Bruma. Ah, tanto a se falar sobre Vin nesse livro. Ela desenvolve dois relacionamentos novos e intrigantes nesse livro. Com o kandra OreSeur, antigo kandra de Kelsier, e que agora serve a Vin. Um relacionamento com muita tensão, mas muito importante. Entendemos mais sobre os kandras e como eles se encaixam em toda a história.  O outro relacionamento dá-se com Zane, o Nascido da Bruma de Straff Venture. Sendo o único Nascido da Bruma além de Vin, ele acaba exercendo um certo fascínio sobre ela.

Straffe Venture, pai de Elend, quer tomar Luthadel. Com todas as tensões e instabilidade política, Luthadel acaba tornando-se um alvo. Além do exército de Straff, há também mais dois exércitos promovendo um cerco: Ashweather Cett, interessado nas riquezas que Luthadel pode proporcionar; e também um antigo amigo de Elend, Jastes Lekal, que comanda um grande exército de Koloss, criaturas que podem alcançar até 4 metros de altura, com a pele azul e grotesca, e extremamente violentas. De alguma forma, os Koloss parecem seguir as ordens de Jastes.

Com toda essa tensão, Vin, Elend e cia precisam equilibrar suas questões pessoais com algo maior, algo que o Sobrevivente tanto lutou para conseguir, e que eles precisam manter. Principalmente Vin e Elend, com todas as suas questões acerca de seu relacionamento. Alguns parecem ter achado isso exagerado, mas eu achei importante, não apenas para os dois como um casal, mas também para seu crescimento individual.
Em meio a politicagem e segredos, Sanderson ainda consegue abordar assuntos importantes, sendo a religião, que já era tema no primeiro livro, um dos destaques. Com a morte planejada de Kelsier, uma nova religião surge em torno do mesmo. Incrível ler o surgimento de algo tão complexo, e Sanderson constrói muito bem esse aspecto de sua história.

Uma última questão, e não menos importante, é ficar atento aos momentos de Marsh. Agora um Inquisidor, há uma grande diferença em seu jeito de agir, e ele é o personagem que nos dá dicas de que algo maior está por vir, ainda que ele não apareça tanto.

O Poço da Ascensão é uma ótima continuação. Sendo Mistborn uma trilogia, é sabido que muitos livros intermediários de trilogias acabam sendo mais lentos. É difícil equilibrar um segundo livro, ele não é introdutório e tampouco é o final. Mas O Poço da Ascensão possui uma história própria, não é apenas um livro de ligação, embora também funcione assim. O início pode ser lento, mas na metade final o ritmo aumenta e o final é alucinante e cheio de surpresas, deixando uma gama enorme de coisas a serem resolvidas e reveladas no capítulo final. Mais uma vez, Sanderson não tem pena em tirar de nós personagens que aprendemos a gostar, então esteja pronto pra isso.


3 comentários:

  1. Oi, Moni!
    Eu tenho que ler Mistborn. Eu vejo muitos comentários positivos da série e eu amo uma fantasia!
    Beijos
    Balaio de Babados
    Participe das promoções em andamento e ganhe prêmios maravilhosos

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  2. Will have to try this out, thanks for the review. Looks like a great product, thanks for the share!
    Margot

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  3. Ainda não conhecia o livro, gostei da sua resenha :D

    http://submersa-em-palavras.blogspot.com.br/

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